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Cilmar Machado

AMOR NO SEGUNDO TURNO...

Colunista Cilmar Machado no dia 30 de outubro de 2018 às 10:07
Atualizada em 06 de novembro de 2018 às 09:57
- O radialista Cilmar Machado escreve toda terça-feira para o jornal Debate.

Eduardo já estava começando a se cansar daquele eterno vai-e-vem quando das eleições. Ainda mais neste ano, quando teve mudado seu local de votação. Acostumara-se  votar no IAL e agora deveria procurar uma das salas da UNIMEP. Votar em primeiro e segundo turnos passou ser-lhe rotineiro e as eleições já não tinham mais aquele glamour da primeira vez, quando de seus dezoito anos. Hoje, aos 40, estabilizado financeiramente, Eduardo só não tinha um grande amor. Não que não quisesse, mas sempre fora muito seletivo e exigente na escolha daquela a quem confiaria seu coração. Belas mulheres passaram por sua vida, mas nenhuma delas chegou a arrebatar sua alma. Tal qual na eleição sempre fora candidato a um amor puro e verdadeiro, mas jamais conseguira chegar a ele. Seria seu destino ser mais um solteirão triste e frustrado?

Foi com tais pensamentos que, quando do primeiro turno, Eduardo se dirigiu à sua seção eleitoral. Com o tempo aprendera a votar quase no final do dia, quando não enfrentaria fila e rapidinho cumpriria o sagrado dever de cidadão. Lá pelas 16,40 horas, chegou ao local de votação onde foi flechado por Cupido sem que disso se apercebesse. Viu uma linda deusa entre os mesários. Bela, loira, corpo proporcional e bem delineado, sorriso franco e bonito. Assim era Dirce que, com voz aveludada se dirigiu a ele pedindo-lhe o título de eleitor. Embora a biometria ainda não fosse obrigatória, Eduardo deu-lhe ciência de que a fizera estendendo-lhe a mão direita. Sempre sorrindo, Dirce tomou-lhe delicadamente o dedo indicador levando-o à maquina de identificação. Ah, aquelas mãos divinais fizeram Eduardo sentir um intenso calafrio que de há muito não experimentava. Jamais uma mulher o fizera sentir-se nas nuvens como aquela bela mesária. Apaixonou-se na hora e depois de perguntar seu nome, dirigiu-se à urna. Já nem mais se lembrava em quem votar, mas foi salvo pela colinha que tinha consigo. Queria mesmo era eleger aquela bela moça como a dona de seu coração.

Sentindo-se correspondido pelo olhar lânguido e interessado de Dirce resolveu esperar por ela até o término de seu trabalho. Faltavam poucos minutos para isso, mas eles lhe pareceram uma eternidade. Dirce e Eduardo começaram a se relacionar daquele dia em diante. Entusiasmado, Eduardo pediu-lhe em namoro e duas semanas depois em casamento. Dirce não se assustou com isso, pois ambos pareciam almas gêmeas. Em tudo combinavam, mas por precaução ou mesmo por um desses melindres próprios de mulher, a moça resolveu dar-lhe resposta quando do segundo turno das eleições. E lá estava Eduardo, no dia 28 de Outubro, em plena seção eleitoral, frente a frente com seu amor, aguardando uma resposta positiva. Ansioso, com um buquê de flores nas mãos, bem ao estilo romântico à antiga, quase ao final da eleição, ouviu um meigo e doce SIM. O casal se abraçou enquanto, ao fundo, o último eleitor a votar apertava a tecla do CONFIRMA...

 

cilmarmachado@yahoo.com.br

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