Semana passada foi postada no Facebook uma notícia que relatava o desbaratamento pela Polícia Federal de um esquema delituoso que envolve, segundo os policiais, a figura de um dileto amigo até então tido e havido como de conduta correta e ilibada. Essa pessoa, cuja idade já ultrapassou os setenta anos, teve outrora laços de amizade e trabalho honrado em nossa cidade e já transitou pela política de um pujante município próximo. Sua prisão preventiva deu-se por suposto envolvimento em um esquema criminoso que até então promovia a venda de medicamentos proibidos pela internet através de um segundo elemento, residente no Rio de Janeiro. Até aí caberiam aos internautas linenses apenas e tão somente a triste surpresa e dúvida, mas muitos foram além postando juízos maldosos mesmo antes do julgamento do pretenso réu. Tal atitude, que é tão antiga quanto a humanidade, é no mínimo temerária. O ideal seria aguardar o pronunciamento final da justiça para então estabelecer-se um juízo definitivo.

            Cabe aqui a velha máxima que afirma: cada um vê o que quer. A pessoa boa, honrada, bem vivida e sábia é cautelosa especialmente ao formular juízos sobre terceiros. A pessoa má e mesquinha apenas aponta o dedo, menosprezando e acabando com quem supostamente errou. E agindo assim estará cometendo uma série de injustiças e difamações. E se o acusado for inocentado pela justiça? Mesmo sendo condenado, não teria ele o direito à nossa clemência? Quem nunca errou e já não buscou o perdão? Há pessoas que fazem o papel de autênticos lixeiros morais, isto é, preocupam-se apenas com os erros e falhas do outro, mesmo em situações em que nem verdadeiros são. É preciso cautela...

Este é sem dúvida um grande tema para nosso exame de consciência. E mesmo quando o erro do outro é real, não há vantagem nenhuma em crucificar quem errou. Quem erra comete um erro e aquele que divulga esse erro, o multiplica. Há tanta coisa na vida que merece ser aplaudida e divulgada. Deixemos o julgamento das falhas alheias de lado e não as espalhemos por aí de forma maldosa e inconsequente...

 

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