Sexta-feira última, Bolsonaro parece ter dado uma tremenda bola fora proporcionando aos brasileiros a impressão de que, apesar das eleições terem terminado, ele ainda não desceu do palanque. Talvez seduzido pelo assédio constante da imprensa, o Presidente falou como certo e decidido o aumento na cobrança do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) e a diminuição na tabela do Imposto de Renda. O anúncio, como era de se esperar, teve repercussão negativa imediata na Bolsa de Valores que oscilou em baixa até o pronunciamento do porta-voz da Casa Civil que informou tudo não passar de um equívoco do Presidente, já que nenhum aumento de imposto e mesmo a diminuição dos índices da tabela de cobrança do Imposto de Renda foram assinados por Bolsonaro. O assunto foi debatido, mas nada concluído. O ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu não se manifestar sobre o ocorrido.

            O pronunciamento de Bolsonaro retrata bem a diferença de comportamento entre o parlamentar (o que ele até então foi) e o executivo. O parlamentar critica, acusa e até esperneia na defesa de suas ideias. Já o executivo pensa, aquilata e considera a repercussão de seus atos e pronunciamentos, pois apesar de ter a caneta na mão sabe de suas limitações e nada decide sem antes ter o respaldo técnico de quem convocou para responder pelas mais diversas áreas de seu governo. Se assim não proceder Bolsonaro poderá desandar o bolo e com isso gradativamente perder os integrantes da prestigiosa e competente equipe que montou para governar o país, dando-lhe uma nova face de progresso e desenvolvimento.

As vaidades pessoais, o chamado ego inchado põem tudo a perder. E quem paga o pato somos nós, cidadãos comuns. Temos visto esse filme constantemente. Que seu trailer, proporcionado por Bolsonaro na última sexta-feira, seja esquecido e jamais repetido. A nação exige isso do ¨mito¨!...