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Cilmar Machado

TEMPOS MODERNOS

Cilmar Machado no dia 02 de julho de 2019 às 09:45
DIVULGAÇÃO

        Não sou muito de viver do passado, mas vez ou outra, sou envolvido por doces lembranças que ficaram em minha memória apesar de já se passarem pouco mais de cinco décadas. Os mais jovens talvez não saibam que seus avós viveram aqueles áureos tempos em que pegar na mão da mulher amada era o máximo que se conseguia antes do casório.  

        Lins tinha por volta de 38 a 40 mil habitantes e o programa da criançada da época era assistir a missa das 10 na Catedral de Santo Antônio e partir para o Cine São Sebastião onde assistia  a um filminho do Mazzaropi e acompanhava o seriado com as peripécias do Roy Rogers ou com as aventuras de Tarzan. Esperava-se por toda a semana na expectativa do que iria acontecer na sequência do seriado. 

        As famílias, sempre muito religiosas, iam à missa das 19 horas na mesma Catedral e curtiam a Praça Cel. Piza onde, ao som da Banda Municipal, colocavam as conversas em dia. Já os jovens tinham outros programas. Assistiam a mesma missa ao lado de seus pais e partiam para o footing em frente ao Cine São Sebastião (hoje, Banco Santander), no quarteirão entre a 21 de Abril e a 15 de Novembro. Ali, as mocinhas caminhavam em turmas, observadas pelos rapazes, que se postavam nas calçadas formando verdadeiros cordões humanos em busca de um olhar, de uma conquista. Naquele mesmo quarteirão havia a Leiteria Central, point para se consumir um refrigerante (guaraná Batuta) e de se paquerar mais reservadamente. Quantos avós da atualidade, conheceram seus pares dessa forma ...

         Tempos românticos em que a conquista amorosa era pura e sincera. A mulher era respeitada e cortejada. Tinha-se por ela muito mais afeto. Os relacionamentos surgiam paulatinamente, firmando-se com o decorrer do tempo. Eram mais amadurecidos e fadados ao sucesso e à felicidade. Hoje, tempo da geração internet, as paqueras e conquistas se fazem de forma virtual nos diferentes chats, onde não se tem mais o chamado olho no olho, mãos nas mãos.

         Não sou contra a evolução da tecnologia, mas creio que a internet tornou os relacionamentos mais frios, distantes e informais. Os seres não mais convivem pessoal e fisicamente. Atrás de um teclado estamos formando uma geração em que teclar é mais importante que conhecer, conviver e amar. Acredita-se muito mais num perfil ideado que num ser humano de carne, ossos e sentimentos. Poderíamos chamar tal comportamento de evoluído? ...

 cilmarmachado@yahoo.com.br

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