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Cilmar Machado

OS ÍDOLOS DAS MÚSICAS DE OUTRORA ...

Cilmar Machado no dia 24 de setembro de 2019 às 09:20
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Certa noite, assistindo ao The Voice, na Globo, vi e senti o esforço e a dedicação com que os candidatos a cantor (a) se empenhavam. Gente jovem e bonita, através de diferentes vozes e interpretações, cativava e enlevava os telespectadores. Sem que me apercebesse senti-me envolvido por uma onda saudosista que me fez retroceder ao início de minha carreira no rádio. Era a década de 60. Não havia TV, internet e o rádio imperava soberano. No verdor dos meus 20 e poucos anos, senti a necessidade de inovar e sair do marasmo em que a programação radiofônica da época estava mergulhada. Quis trazer o povo, os artistas locais para dentro das ondas hertzianas. Assim surgiu o programa musical e de calouros, Big Show B-3. O título se deveu à até então única emissora da cidade, Lins Rádio Clube, ter por prefixo a sigla ZYB-3.

            Não foi difícil arrumar um conjunto regional integrado por músicos da cidade, como: Cicito, Zé Gonçalves, Brasília da Guitarra e até o Antônio Carlos, que depois acompanhou musicalmente Inezita Barroso e seus convidados por muitos anos no programa Viola, minha viola¨, da TV Cultura.

            Com poucas opções de lazer na pequena Lins, então com pouco mais de 35.000 habitantes, cantores (as) de todas as idades surgiram e rapidamente, se tornaram ídolos, cantando os sucessos da época, espelhando-se em Ângela Maria, Maysa, Nelson Gonçalves e outros. Foi assim que os linenses passaram a ouvir e aplaudir gente como Torradinho, Orlando Fabris, Rosária de Lima, Djalma Campos, Valdomiro Canela, Zé da Silva, Mutum, Jandira de Souza, Edna Torres e outros mais. Todos cantavam pelo prazer de cantar, sem visar qualquer ganho pecuniário. Ficou famosa a disputa para se eleger a rainha do programa. Zita Nilvia e Sandra Tozzi, venderam muitos votos a um cruzeiro cada, no intuito de ficarem com o título. Não me lembro quem ganhou, mas a rádio faturou uma boa graninha com a disputa entre elas.

            O tempo passou, veio a modernidade e cantar passou a ser meio de vida para muita gente. Pasteurizaram a espontaneidade nas apresentações, deram maior valor ao visual, às megaproduções e as rádios deixaram de ter seus programas de auditório por absoluto desinteresse do povo. É uma pena! Sufocaram o canto espontâneo, suave e feliz em detrimento da música comercial que, via de regra, abandonou a beleza e poesia de letras bem elaboradas em favor de sons monótonos e até guturais.

Para encerrar com o chavão próprio dos da minha idade, só posso dizer: Ah, que saudade daqueles tempos ...

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