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Cilmar Machado

AMOR DE PRIMAVERA ...

Cilmar Machado no dia 01 de outubro de 2019 às 09:11
DIVULGAÇÃO

Madrugada fria de mais um dia comum. Em meio às cobertas, acordada e bem desperta, Daiane sentiu-se reflexiva. Chegara aos 32 anos, exatamente o número inverso daquele 23 de setembro, o início da primavera. Resolveu retroceder no tempo visando estabelecer uma panorâmica de sua vida até então. Pensou, rindo baixinho, em acionar o VAR do coração, para conferir os lances que dera na difícil arte de viver e amar.

            Quando no verdor de seus 23 anos fora a boazinha, tudo aceitava com um sorriso nos lábios. Foi feita de gato e sapato por estranhos e até por parentes. Sofreu muito sentindo-se incompreendida e injustiçada. Tentou o inverso, ou seja, passou a ser a durona, a exigente, a inflexível. Escondeu o sorriso e mostrou o dentes. Resultado: as pessoas passaram a tratá-la de igual forma. Desentendimentos, discussões, dissabores em pouco tempo se multiplicaram. Viu-se agressiva, amarga e mais uma vez incompreendida e não amada.

            Nova guinada em seu comportamento. Passou a ser compreensiva, acolhedora, a que sempre tinha uma palavra de carinho e entendimento para com todos. Atraiu gente insegura, depressiva, de baixo-astral que quase a arrastaram para o mundo sombrio da desilusão e do desamor.

            Experimentou ser a desligada, sendo então adepta de Zeca Pagodinho, no seu conhecido bordão: ¨deixa o mundo me levar, vida leva eu ... ¨. Foi bom até o ponto em que se sentiu ser um zero à esquerda, uma inútil, mais um boi na boiada... Não tinha sangue para isso! Nascera para liderar, influenciar pessoas, de forma positiva e racional.

            Chegara mais uma primavera e Daiane estava num verdadeiro dilema existencial. E agora, que personagem encarnaria? Como deveria ser e agir para ter e proporcionar a chamada felicidade?

            Como uma dádiva divina, talvez fruto de sua sincera e profunda meditação, sentiu como que uma voz vinda de seu interior convidando-a tentar ser ela mesma. Aquele ser humano e imperfeito, detentor do bem e do mal, que erra, acerta, cai e se levanta, pois tem a luz do amor maior em seu peito, que sempre a ampara e convida constantemente a recomeçar.

            Lágrimas rolaram no rosto de Daiane que, talvez pela primeira vez em sua existência, pode sentir o extremo paradoxo que é o ser humano, misto de anjo e demônio na longa e exaustiva caminhada pela vida. O importante não é a estrada e sim a jornada. Vivendo e aprendendo, não é? ...

 

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