Há tempos escrevo para o jornal Debate e a atenção e o carinho dos leitores tem sido satisfatória e até prazerosa. É comum pedirem-me escrever sobre determinada pessoa, situação ou fato. Foi o que me ocorreu na última sexta-feira quando alguém, que trabalha cuidando de pessoas inválidas (cadeirantes), pediu-me discorre-se sobre o assunto. Um desafio e tanto, não é? Mas, topo a parada!

            O que é ser inválido? Acredito que ser inválido é muito relativo. Não acredito muito nos músculos e nos braços humanos como a única forma de expressão da capacidade de trabalho de uma pessoa. O ser humano é muito mais que braços, é muito mais que o trabalho braçal. Para mim, a pessoa vale pelo que pensa e não somente pelo que produz fisicamente. Enquanto o corpo pode estar parcial ou totalmente inválido para a nossa sociedade capitalista e utilitarista, a mente e o coração podem gerar uma fonte de energia muito maior e útil para a comunidade. Há até uma célebre frase dita por um alguém observador e sensível: ¨Uma alma que se eleva, eleva o mundo. ¨.

            Nossa força mental é muito mais poderosa que a força física. A pessoa que, com a mente, reza, medita, produz sentimentos sadios que geram otimismo, solidariedade e amor, está sendo muito útil à sociedade.

            Inválidas são as pessoas que passam tardes e noites inteiras, aposentadas das forças físicas e sem força mental, passando horas e horas na jogatina, na concupiscência ou no ócio para poder com isso matar o tempo. Mas o velhinho na cama, a paralítica na cadeira de rodas, o surdo e o mudo, o aleijado de qualquer espécie nunca será um inválido por estarem nessas situações. Tudo depende de se ter um coração generoso e humano, tudo depende da mente que pode gerar otimismo aos outros, apesar do fator físico limitante. Dessa forma, ser inválido poderá ser uma das mais belas formas de se amar a Deus, a vida e ao próximo ...