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Cilmar Machado

BRASILEIRO, PROFISSÃO INCERTEZA ...

Cilmar Machado no dia 31 de maro de 2020 às 10:08
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Quando se está em quarentena tem-se muito tempo para pensar. Foi num dia desses, que pude constatar que a maioria de nós brasileiros já não vive mais de esperança. Nos idos da década de 70, no século passado, quando da euforia do chamado ¨milagre brasileiro¨, um dos espetáculos teatro-musicais de grande sucesso foi o ¨Brasileiro, profissão esperança¨, de Paulo Pontes, encenado por Paulo Gracindo com a participação da cantora Clara Nunes. Vivia-se a euforia econômica do ¨Brasil que deu certo¨, em plena ditadura militar. De lá pra cá, muita coisa aconteceu alterando a cada fato o humor dos cidadãos. Tivemos o retorno da democracia, as incertezas de diversos planos econômicos, o cruzeiro, o cruzado, o retorno do cruzeiro e finalmente  o surgimento do real que levou à doma da superinflação que então a todos castigava. Seguiu-se o governo do PT, com momentos de extrema euforia econômica com Lula, especialmente em seu primeiro mandato. Veio  Dilma e com ela a constatação do caos administrativo e econômico da nação. A Lava-Jato pôs às claras toda corrupção praticada na época e que se tornou quase endêmica. Seguiu-se o mandato tampão de Temer e chegamos ao atual governo Bolsonaro.

            O povo estava sedento por reformas, fim dos privilégios e término das maracutaias. A fórceps conseguiu-se a reforma da previdência e, quando já se falava em discutir e aprovar as imprescindíveis reformas tributária e fiscal, apareceu o indesejado covid-19 assumindo o triste status de pandemia mundial. Aí bagunçou o coreto. No entanto, Bolsonaro tem bons ministros e o da Saúde arregaçou as mangas e está desenvolvendo um trabalho sério, competente e eficiente. Fechou-se o comércio - exceto o essencial - e  estabeleceu-se a quarentena para todos, especialmente para o chamado grupo de risco (cidadãos acima de 60 anos). A medida foi seguida por estados e municípios.

            Foi aí que o chamado ¨brasileiro, profissão esperança¨ foi substituído pelo ¨brasileiro, profissão incerteza¨. Com a paradeira compulsória quase ninguém está no batente e, consequentemente, isso leva o desassossego e sobressalto ao trabalhador, ante à falta de dinheiro para o sustento de sua família e a inevitável ameaça do desemprego. Se o patrão não vende não terá dinheiro para pagar seus funcionários, daí o surgimento do fantasma da demissão. A situação está tal como o dito popular: ¨se correr o bicho pega e se ficar, o bicho come.¨

            Que haja muita luz aos nossos dirigentes, que pensem mais no povo para que possamos muito em breve voltar à atribulada rotina de se matar um leão por dia à qual já nos acostumamos e dela estamos sentindo saudades. Agora compreende-se melhor e dá-se maior valor ao surrado slogan também de outrora: ¨eu era feliz e não sabia¨ ...

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