A transição do governo municipal, que levou o presidente da Câmara Neto Danzi à chefia do Executivo em substituição ao prefeito cassado Edgar de Souza, transcorreu-se de forma pacífica e ordeira. Conciliador, Danzi acalmou os atuais servidores e colaboradores conversando com a equipe de comissionados do ex-prefeito a qual afirmou ¨não estar confortável com a maneira como tudo aconteceu¨ e que nenhuma atitude será por ele tomada de maneira precipitada, pois pretende dar ¨um passo de cada vez¨ e que por ora tudo continuará como vinha sendo feito por Edgar ¨, até segunda ordem.¨ Atitude prudente dado sua interinidade no cargo que poderá ou não ter continuidade após a eleição do novo prefeito programada pela Câmara para o próximo 9 de outubro.

            O cidadão comum estranhou a demora de tal eleição e perguntou do porquê de ela não ter sido imediata, evitando com isso a possibilidade de termos dois prefeitos interinos em tão curto espaço de tempo. Acontece que, com a saída de Edgar, o comando do Executivo não poderia ficar acéfalo e, por lei, o presidente da Câmara deveria assumi-lo. Foi o que aconteceu. No entanto, dado ao regime democrático, há necessidade de legitimar-se a interinidade através da eleição do real substituto do prefeito cassado, o que se dará pelos atuais representantes do povo (eleição indireta). Para que haja possibilidade de apresentação de chapas (Prefeito e vice), o prazo para essa eleição foi determinado em 9 de outubro vindouro. Danzi já declarou ser candidato não só à interinidade até 31 de dezembro, como também às eleições regulares para o próximo mandato, em novembro.

            Mesmo na interinidade, o dedo de administrador e político de Neto Danzi se faz presente através de uma medida por ele anunciada: a realização de uma auditoria na Prefeitura. Ressaltando que com isso não deseja manifestar qualquer desconfiança quanto a administração de Edgar, Danzi afirma que a procederá para que tome pé da verdadeira situação administrativa do executivo linense. Só assim, ele ou o futuro prefeito, terão condições de encarar problemas e traçar um plano administrativo real e produtivo. A medida foi bem aceita não só pelos futuros candidatos ao executivo local, como também pela população que quer ver aberta e transparente  a chamada ¨caixa-preta¨ da prefeitura.

            E assim, ao que tudo indica, poder-se-á ter um governo mais criativo e produtivo, deixando de lado o marasmo administrativo que, por comodismo, conveniência ou eventual incompetência, até então vinha insistindo em deixar ¨tudo como dantes, no reino de Abrantes! ...¨