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A mosca azul do poder é terrível! O efeito de seu ¨veneno¨ é pior que o do coronavirus chegando a ser muito mais devastador. O atual sistema é o que leva muitos políticos a se acharem imprescindíveis para a nação, estado ou município. Embora muitas vezes possam até ter razão é necessário que saibam a hora de aceitar galhardamente sua substituição, pois numa sociedade dinâmica e democrática o exercício do poder sempre foi implacavelmente efêmero e rotativo. E, para muitos, isso é difícil de ser aceito.
Mede-se com muito maior justiça e precisão a grandeza de um político observando seu comportamento após haver concluído o mandato. É aí que a danada da mosca azul do poder mostra a força de sua nefasta picada. Passei por isso e posso falar de cátedra. Após o mandato, por vaidade ou em busca de sobrevivência política, uma verdadeira e incontrolável compulsão toma-nos conta insistindo em que proclamemos aos quatro ventos e através de todos os meios concebíveis e imagináveis os feitos conseguidos durante nossa gestão.
Triste engano! A memória do povo é muito curta e as exigências da sociedade são dinâmicas, variadas e constantemente renovadas. Não há lugar para agradecimentos e outros salamaleques. Chega a ser cruel, mas para o munícipe comum prevalece a máxima: ¨rei morto, rei deposto¨. O que vale é o aqui e o agora! Simples assim, ingrato e cabal ...
Paradoxalmente, no entanto, o chamado reconhecimento por uma administração competente, honesta e realizadora poderá vir naturalmente com o tempo, especialmente quando sua citação servir como crítica aos atos e erros do prefeito em exercício. Essa é a triste realidade que o homem público irá sempre enfrentar. Faz parte do jogo ...
cilmarmachado@yahoo.com.br