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Em um processo de recuperação fiscal surpreendente, a APAE de Lins inicia 2025 com a dívida zerada – era de R$ 1,070 milhão há cinco anos. A informação foi confirmada ontem ao Debate pelo presidente Hélio Ruiz, que inicia este mês o sexto ano à frente da instituição, em seu segundo mandato de três anos, que terminará em 31 de dezembro de 2025.
A entidade faz eleição em outubro e o novo presidente assume em janeiro. O empresário Rogério Camara é candidato e deve receber o bastão de Hélio Ruiz, que seguirá fazendo parte do conselho. Os dois têm conversado bastante sobre a instituição e Camara já está se inteirando sobre a dinâmica de funcionamento e os custos operacionais.
Há cinco anos, risco de fechar as portas
Segundo o presidente, faltam pagar apenas cinco parcelas de impostos no valor de R$ 2.293,71 (R$ 11.500,00) que poderiam ser quitadas à vista, pois a instituição tem reserva de caixa, mas o sistema não permite.
Ao assumir a instituição há cinco anos, o quadro era caótico e Hélio reuniu os funcionários, políticos, imprensa e sociedade em geral para discutir o fechamento da instituição, diante do risco iminente de perder a certidão negativa de débitos e, assim, não poder mais receber recursos dos convênios firmados com o poder público. A partir dessa reunião, houve uma mobilização geral e a luz que se apagava no fim do túnel, voltou a brilhar. A Prefeitura de Lins antecipou recursos, as demais prefeituras passaram a pagar os repasses em dia, empresários contribuíram e a sociedade se engajou.
Como gestor, o presidente fez cortes e a APAE seguiu cumprindo sua missão de atender os especiais. Aos poucos, o cenário foi melhorando, dívidas negociadas e pagas, funcionários contratados e serviços ampliados.
A instituição ampliou o número de atendidos de 130 para 200. Atualmente tem 36 funcionários. Além dos assistidos regulares, a APAE faz 800 atendimentos pelo SUS com serviço de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e reabilitação. Hélio Ruiz lembra que havia uma dívida com os funcionários de R$ 160 mil, totalmente quitada, Nos dois últimos anos, além do reajuste salarial, foi possível conceder abono de R$ 300,00 e R$ 400,00.
Hoje a APAE é responsável pela administração da Residência Inclusiva, por meio de convênio com a Prefeitura (serviço 24 horas por dia). Atualmente, são três assistidos e 18 funcionários (eles também receberam o abono).
O presidente ressalta que o recurso proveniente dos convênios com prefeituras, Estado e União não cobrem as despesas. Por isso são necessárias outras fontes de receitas. Nesse contexto, entram as mensalidades dos sócios (quando assumiu arrecadava cerca de mil reais por mês e hoje está entre R$ 5 mil e R$ 7 mil). A Nota Fiscal Paulista não chegava a mil por mês e saltou para R$ 15 mil, com variação de até R$ 20 mil mensais.
Ao assumir, Hélio Ruiz centrou esforços em saldar o passivo, que comprometia o futuro da instituição, e manter o atendimento aos assistidos. Ao longo do tempo, emendas parlamentares permitiram fazer melhorias no prédio. Vencido essa fase de turbulência, ele acredita que a instituição está preparada para avançar ainda mais em serviços e na estruturação física para melhorar ainda mais o atendimento.