publicidade
Um homem de 51 anos foi preso em flagrante na tarde de segunda-feira, 10, por perseguir uma médica de 41 anos e sua filha de seis anos, em Lins. No carro dele, foram encontrados presentes, cartões e até uma camiseta com os nomes das vítimas, o que reforçou as suspeitas de obsessão.
De acordo com o boletim de ocorrência, o indiciado esteve mais de uma vez ao local de trabalho da médica para deixar presentes, mesmo após ter sido alertado por um colega da vítima para não voltar ao consultório. O homem teria respondido que ninguém o impediria, nem mesmo a própria médica.
Na sequência, ele tentou agredir esse mesmo médico, que reagiu em legítima defesa e acionou a Polícia Militar. O agressor sofreu um ferimento na cabeça durante o confronto e precisou ser encaminhado à Santa Casa para atendimento médico.
No momento da ocorrência, a médica não estava presente no consultório. No entanto, ao ser ouvida na Central de Polícia Judiciária (CPJ), confirmou que o homem já havia ido ao consultório em outras ocasiões e deixado presentes. Ela relatou ainda que o autor é morador de Salto e que teria desenvolvido uma obsessão após ela ter atendido o pai dele em um procedimento médico.
Em um dos episódios anteriores, a médica chegou a pedir ajuda a um amigo, que telefonou para o acusado se passando por seu marido. Segundo a vítima, o homem riu ao telefone e afirmou saber tudo sobre a sua vida, dizendo que ela não era casada e nem tinha namorado. Ele teria dito ainda que Deus havia preparado para que ela ficasse com ele, e ameaçou: "Se não ficar comigo, não ficará com mais ninguém, custe o que custar." A médica registrou boletim de ocorrência na ocasião.
Durante a abordagem policial, foram encontrados vários presentes embrulhados, cartões mencionando a filha da médica, além de uma camiseta com os nomes das duas. Interrogado, o homem afirmou estar “movido pela paixão” e disse não se arrepender. Alegou que conheceu a médica pessoalmente e que se declarou a ela, embora a vítima negue qualquer tipo de relacionamento.
Ao fundamentar a prisão em flagrante e sem possibilidade de fiança, o delegado Lucas Piovesan Rodrigues escreveu: “O contexto da conduta, a forma de falar e a quantidade de objetos apreendidos fazem crer que isso extrapola o amor, podendo estar ligado a alguma questão relacionada às faculdades mentais.”