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Cilmar Machado

FINADOS: A MORTE ASSUSTA?...

Colunista Cilmar Machado no dia 31 de outubro de 2018 às 10:09
Atualizada em 06 de novembro de 2018 às 09:57
- O radialista Cilmar Machado escreve toda terça-feira para o jornal Debate

Aproxima-se o Dia de Finados que é talvez uma das poucas ocasiões em que pensamos profundamente sobre sua consequência. É preciso reconhecer que a humanidade, nos milhares de anos em que já viveu, pouco progresso fez em relação à morte. O mistério continua e o homem prossegue convivendo com ela de forma incômoda, absurda e até revoltante. Apesar do progresso técnico, o ser humano não fez progresso nenhum frente a sua inevitabilidade. No mundo, a coisa mais certa que há é justamente a morte. Tremendamente democrática, ela virá para todos...

            E, depois da morte, outro mistério: o que haverá depois dela? O que impressiona os humanos não é tanto a morte em si, mas o que vem depois dela. Os egípcios colocavam na urna funerária o chamado Livro dos Mortos, que ensinava ao defunto como enfrentar o tribunal divino. O próprio morto pleiteava sua inocência: ¨Eu não fiz nada contra os homens, não caluniei a Deus, não fiz brutalidades contra os pobres, não roubei no peso, não tirei os leite da boca das crianças...¨. Mesmo assim, a balança do julgamento dos deuses (os egípcios cultuavam diversos deles), com uma leve oscilação, poderia revelar que o morto estava mentindo e em consequência seria devorado por um monstro.

            Foi o Cristianismo que veio tornar a morte menos terrível. Reza a sagrada Escritura: ¨É preciosa aos olhos do Senhor a morte do justo¨. E, em outra passagem: ¨O justo está nas mãos de Deus e não será atingido pelo tormento da morte¨. Mais tarde, São Francisco, o santo que melhor viveu o Evangelho, chamou a morte de IRMÃ, a irmã mais velha que viria transportá-lo para os braços do Pai. E Francisco foi o humano que mais amou a vida, que mais amou a natureza, quem mais soube ver a outra face da morte, a face da libertação, aquela que nos faz passar deste vale de lágrimas para a terra da promessa divina. Mas tudo depende de nós.

Cada um deve aprender a merecer a própria morte. Ela pode ser tirana ou libertadora.

            Que neste Finados meditemos sobre isso...

 

cilmarmachado@yahoo.com.br

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