Lins não conta somente com o glorioso Elefante da Noroeste, o Clube Atlético Linense. Há também, em nossa cidade, alguns ¨elefantes-brancos¨. O Debate noticiou na semana passada o abandono em que se encontra a quadra poliesportiva da EMEF Walter Bini, no Jardim Bandeirantes. Construída com verba federal (456 mil reais) e complementada pela Prefeitura com mais 100 mil, a obra entregue à população em 2017, encontra-se detonada por vândalos que levaram torneiras e vasos sanitários de seus vestiários. A quadra coberta ainda apresenta possibilidade de uso embora esteja suja e abandonada. Construiu-se o próprio esportivo sem casa de zelador e sem muros que o protegessem. Foi, como se observa, uma obra pela metade, um elefante-branco em alto estilo. E agora, a população do bairro, inerte e ansiosa, aguarda a ação da prefeitura no sentido de recuperar a quadra, dotando-a das imprescindíveis obras complementares. O poder público, por sua vez, afirma estar sem dinheiro para tal e que a responsabilidade em zelar pela construção é da população do bairro. Nesse jogo de empurra tão somente os moradores do Jardim Bandeirantes são prejudicados.

            É aí que deveriam as lideranças do bairro serem estimuladas a reagir, a promover campanhas de arrecadação de fundos para as obras complementares em sua quadra. Orientar aquele povo para isso é função também de todo vereador interessado no bem dos munícipes e da cidade. Que ao menos um deles se volte para isso. É o que se espera.

            Tal qual a quadra do Jardim Bandeirantes há muitas outras obras que são fruto de verbas de deputados que, especialmente na época das eleições, se mostram pródigos em designar os recursos solicitados pelos seus cabos eleitorais locais, com o evidente interesse de angariar votos que permitam suas reeleições. Assim, surgem as quadras esportivas para os mais diversos bairros. Após construídas, passam a ser mantidas pela municipalidade que, na maioria das vezes, herda verdadeiros ¨elefantes-brancos¨ , minando o já minguado orçamento municipal. É preciso uma drástica mudança de foco. É necessário ouvir a população de cada bairro para se saber o que realmente lhes será útil e necessário. Só dessa maneira a população valorizará cada conquista. Simples assim. Só não vê quem não quer...