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Como se não bastassem as dificuldades da vida sempre há os chamados ¨espertinhos¨ que tentam enganar o povo e dele tirar proveito. Não me refiro aos maus políticos, mas à bandidagem que anda solta por aí tentando aplicar os mais variados golpes.
Aconteceu comigo. Foi no feriadão de 15 de novembro. Por volta das 10 da manhã, o telefone tocou. Atendi. Uma voz masculina pergunta quem está falando e, inocentemente, digo meu nome. Aí começa o 171: ¨Cilmar? Quem está falando aqui é um parente seu, das bandas de São Paulo, adivinhe quem é?¨. Dei tratos à bola e me recordei que tenho um neto em Osasco, mas instintivamente troquei seu nome e grau de parentesco prosseguindo a conversa para ver onde aquilo iria dar: ¨Ah, é você, Douglas? Como vai, sobrinho? Está aproveitando o feriado para rever seus pais? Venha também visitar seu tio, viu? ¨. Meu interlocutor cresceu do outro lado da linha e começou uma cantilena de que quando vinha vindo para Lins teve que enfrentar uma pane em seu carro, mas que já havia acionado a sua seguradora que viria lhe prestar assistência junto ao trevo de Pirajuí, na Rondon. No entanto, ao telefonar para a oficina terceirizada pela seguradora em Bauru, a ligação havia caído e não tinha certeza se eles viriam ou não atendê-lo. Pediu-me que ligasse para a oficina e confirmasse o atendimento. Passou-me em seguida o número de um celular cujo código de área era em Goiás (062). Percebendo a sacanagem resolvi ir adiante para ver até onde isso iria. Liguei e um solícito atendente disse-me que já tinha providenciado o atendimento, mas que não poderia enviar o guincho porque seu operador viajara com a família naquele feriadão. No entanto, destacou dois mecânicos para o conserto no local.
Nem bem desliguei, o telefone voltou a tocar. Era o meu suposto sobrinho Douglas informando que os mecânicos já estavam no local e que o carro havia sofrido uma avaria enorme pedindo que, por gentileza, eu fosse até ele e pagasse as despesas que não seriam pequenas. De posse das notas fiscais que seriam dadas pela oficina, ele as apresentaria posteriormente à seguradora em Sampa, que o ressarciria e ele devolveria a mim o dinheiro que viesse dispender. Sacando a malandragem, sugeri que ele ligasse para o pai e o inteirasse do acontecido. Foi aí que o malandro se traiu e disse num carregado sotaque sulista: ¨Mas tu não vai me deixar na mão, né tchê?¨ Retruquei: ¨Uai, que é isso Douglas? Você, mineirinho de Iturama, agora é gaúcho? Bah, tchê!¨.
O golpista engoliu seco e só tive tempo de ouvir o que disse ao companheiro antes de desligar o telefone: ¨O cara me pegou no sotaque! Que barbaridade! ¨.
Este foi um acontecimento real e o divulgo no sentido de alertar a população para mais esse golpe, o do carro quebrado na estrada ...