Enquanto o governo estadual, no oitavo mês de Tarcísio de Freitas, segue insensível ao crônico problema da escassez de recursos para o custeio da Santa Casa, especialmente no tocante ao pagamento dos 60 médicos prestadores de serviços, a Prefeitura de Lins prestará novo socorro ao hospital para evitar o caos.

Os médicos, com até três meses de honorários atrasados, ameaçam parar, mas deram um prazo à direção do hospital.

Ouvido ontem pelo Debate, o prefeito dr. João Pandolfi lembrou do ‘socorro’ do ano passado, no valor de R$ 1,1 milhão, e anunciou um novo aporte, desta vez de R$ 2.070,00, em seis parcelas.

Segundo Pandolfi, o projeto deve ser protocolado na Câmara a tempo de ser apreciação na próxima sessão, ou, no mais tardar, na seguinte.

Quando levou a demanda ao governador e ao secretário de saúde, Eleuses Paiva, o prefeito ouviu que o hospital receberá ajuda, mas seria preciso esperar. “Vamos continuar cobrando a participação do governo estadual, que sabe do problema. Enquanto aguardamos, temos que socorrer para manter o atendimento à população”, enfatizou.

A crise na Santa Casa se agravou desde que o Estado, no governo João Doria, cortou o convênio que repassava R$ 400 mil mensais, iniciado na gestão de Geraldo Alckmin em parceria com o Frei Francisco, e que durou cerca de dez anos.

Segundo o administrador do hospital, Gianpaulo Domenico Canno Noveli, o pleito junto ao Estado é justamente esse valor de R$ 400 mil. No ano passado, a Santa Casa fechou as contas com um rombo de R$ 3 milhões.

O diretor informou que no primeiro semestre quase não entram recursos extras e assim vai “empilhando déficit” até chegar nessa situação crítica, de atraso dos honorários médicos. O recurso adicional da Prefeitura vai amenizar a situação nos próximos meses. Quanto ao que ficou para traz, ele espera cobrir com R$ 1,750 milhão de emendas de deputados federais que serão repassadas pelo Fundo Nacional da Saúde.

Custo mensal e Prefeituras

Segundo o diretor, a Santa Casa custa mensalmente entre R$ 2,9 milhão e R$ 3 milhões. Atualmente, são 400 funcionários e 60 médicos.

Exceto à Prefeitura de Getulina, todas as demais da microrregião repassam recursos mensalmente, proporcional ao número de pacientes atendidos.

Veja na página 6, manifestações do Conselho Municipal de Saúde e do vereador Ailton Gomes (Coletivo Somos) sobre a crise financeira da Santa Casa e as possíveis repercussões no atendimento da população